sábado, 20 de abril de 2013

1959 e a Regra das 10.00 horas


Descobri hoje o documentário muito fera 1959 - O ano que mudou o jazz, contando a história dos seminais Kind of Blue (Miles Davis), Mingus Ah Um (Charles Mingus), Time Out (Dave Brubeck) e The Shape of Jazz to Come (Ornette Coleman). Repare em 38:46, sobre a política de segregação racial endossada pelo governador Faubus e o protesto de Mingus na música Fables of Faubus, assim como nos gritos de “Yes we can” – “Barack Obama talvez não saiba, mas o jazz foi uma das razões pelas quais ele foi eleito”. E repare também no minuto 51: 12 – “A urgência desesperada de tocar de Ornette Coleman refletia a paranoia nuclear da Guerra Fria”.

E se você ainda não viu, acompanhe o personagem saindo para passear em uma cidade cheia de livros neste belo vídeo de aniversário da 4th Estate Books.

Um mês de outono e a história de Carol ainda aguarda eu escrever seu terceiro e último capítulo. Depois de uns dias sem computer, e enquanto leio sobre a regra das 10.000 horas de prática para se atingir a excelência de sua arte em Outliers - Fora de Série, vamos ao trabalho.

sábado, 6 de abril de 2013

Blue Note


Vai escrevendo, como tu tá escrevendo agora e vê o que acontece. Pode ser uma boa inspiração, desde que tu escreva todo dia. Ou melhor, que tu escreva hoje, que é o único dia que vale. Não é muita coisa não, mas se começar a partir de hoje - sim, novas revoluções de agora vai, religiosamente, mesmo que sejam apenas fluxos de consciência. É melhor que nada. Estava para escrever um flerte, mas esqueci. Será que é aquela história de “o que tu vai fazer no feriado”? Estou aceitando sugestões. Posso pensar em várias coisas. Estou pensando em várias coisas neste exato momento. Poderíamos pensar em outras várias coisas, se a gente tivesse mais tempo. Talvez tenha. Talvez todo o tempo do mundo. Talvez, em um mundo paralelo, a gente pudesse mudar nosso passado, reescrever nossas histórias. Quem precisa de passado quando temos o futuro todo pela frente? Começando por hoje? Começando por hoje. Hoje e quem sabe um pouco mais. Quem sabe muito mais. Um piano e pouca luz? Um piano e nenhuma luz. Só nossas silhuetas, para que mais? Silhuetas juntos. Bem juntinhos. E as teclas do piano iam contar nossa história, nossa música. “Nossa”, tipo pronome possessivo? Sim, sou muito ciumento. Se quiser posse, vai ter que cuidar. Quer que eu cuide? Sempre. Sou muito cuidadoso. É o que todos dizem. Todos mentem. Então você também está mentindo. Todos, menos eu. Como vou saber se é verdade? Vai ter que confiar. Pagar para ver? Ou seu dinheiro de volta. A flecha depois de lançada não volta mais. Principalmente se acertar o coração. Pode matar, sabia? Se não atirar, também podemos morrer. A oportunidade perdida? Sempre ela.

quarta-feira, 20 de março de 2013

Os Seis Anos da História de Carol


Celebrando que começamos o glorioso Outono hoje, registro que há exatos seis anos (19 e 30, para ser mais preciso), comecei a rabiscar a história de Carol no caderno. O então Homem no Espelho era para ter sido concluído em três meses, mas levou mais de três anos, e só terminei de escrever, e ainda no caderno (embora também tenha escrito muitos trechos no computador), no fim de agosto de 2010. Aliás, se quiser conhecer essa epopeia, contei tudo quando terminei a história.

Algumas pessoas leram, umas gostaram, outras nem tanto, e achei que aquela versão tinha alguns problemas de voz narrativa e fluência. Então comecei a alimentar a ideia de escrever uma nova versão. Afinal, o Sr. Narrador tinha mudado e consigo a história que queria contar. E então, em outubro de 2011, um dia depois de ter voltado definitivamente de Taquari, e com aquele clima de novos começos, comecei a escrever a nova e atual versão (como você pode ver aqui).

De qualquer forma, ainda falta o último dos três capítulos para encerrar esta versão, que espero que seja a definitiva. Logo, não posso dizer que terminei de fato a História de Carol (ou O Homem no Espelho, ou seja lá o nome que ela vai ter). De qualquer forma, registro aqui para abrir os trabalhos na estação dos dias cinzas (e celebrando que o friozinho voltou, milagrosamente, antes este ano) e deixo a música que inspirou a fagulha inicial da narrativa (e vendo o vídeo, de alguma forma, tem a ver com o que eu queria contar), a linda How far will we go.

Em tempo: boas novidades literárias se anunciam. Águas de março fechando o verão e a promessa de vida no meu coração.

segunda-feira, 4 de março de 2013

Consultor fala em Março


Encontrei ontem o Adriano D' Avila, com quem já estudei Tai Chi Chuan, e ele me perguntou o que eu andava fazendo. Respondi que escrevendo e trabalhando com dependência química. Ele disse, que interessante você falar isso, porque também estou trabalhando com dependência química, fazendo um serviço voluntário ensinando Tai Chi e filosofia oriental em comunidades terapêuticas. Concordamos que nada é por acaso, depois de anos a gente se encontrar e falar disso, ambos no mesmo métier, e sugeri de ele ir até a Cruz Vermelha e quem sabe fazer um voluntariado lá. Ele me sugeriu de eu falar sobre isso aqui, já que tenho um blog. Eu, que acredito em sinais, achei que aquilo fosse um sinal e vim para casa pensando nisso. Nunca falei sobre meu trabalho com dependência química aqui no Distantes Trovões, porque teoricamente este é um blog sobre literatura, meus escritos e egotrips com gostinho de literatura, mas pensei: se tenho duas profissões, por que não falar delas aqui? Afinal, se você escrever “Consultor em Dependência Química” no google, dificilmente vai ser direcionado para cá. Então lá vai:


Sou voluntário da Cruz Vermelha há mais de dois anos, no Ambulatório (para álcool e outras drogas, e que teoricamente é um Caps AD - não somos ainda, embora a rede pense que sim). Atualmente coordeno dois grupos lá, o grupo aberto na quarta e o grupo de preparação de fim-de-semana na sexta, ambos às 10 e meia da manhã (nos moldes dos grupos de prevenção à recaída). Já trabalhava voluntariamente com dependência química há alguns anos (este ano completei 7 anos na área), fiz o Curso de Formação de Consultor em Dependência Química do Hospital Mãe de Deus, a primeira e única turma que teve, pelo menos por enquanto (antes da UDQ se mudar), coordenados pelo Arnaldo Broll Woitowitz e pela Alessandra Mendes Calixto (que me deixaram com saudades das aulas e de seus ensinamentos), a mesma turma que formou a Gesiele Marcondes, e onde tivemos aulas com o pessoal do Cefi também.

Que mais?

Também fiz o curso Prevenção ao uso indevido de drogas – Capacitação para Conselheiros e Lideranças Comunitárias, do Senad (ou Secretaria Nacional de Políticas sobre Drogas, para os não-iniciados), em conjunto com a Universidade Federal de Santa Catarina. Também trabalhei na Clínica Santa Terezinha, em Taquari, e trabalhei (e trabalho, caso você precise) como A. T. (Acompanhante Terapêutico, caso você não esteja familiarizado com a sigla). Se quiser contratar meus serviços e ver preços, deixe um recado aqui ou mande um e-mail para 
distantestrovoes@gmail.com, tcherto?

[Ah, também tenho graduação em Comunicação Social - Publicidade e Propaganda, pela PUCRS - mas não espalha, tá? :)]


Neste mês começamos o glorioso Outono, redescobri o clássico Mingus Ah Um, de um dos maiores mestres do baixo do jazz Charles Mingus, agora que estou me preparando para ler sua autobiografia, e estou até – pasmem – dando umas caminhadas a fim de começar a correr, inspirados por este belo texto sobre por que os escritores devem correr, mas sobre isso falo mais em próximos posts.



sexta-feira, 8 de fevereiro de 2013

Escolha o melhor título de livro


Digamos que eu esteja escrevendo a segunda versão de uma novela. Mesmo que você ainda não saiba do que se trata, qual destes títulos você acha melhor...?

O Homem no Espelho

Doces Meninas com Quem Passei uma Temporada no Inferno

A História de Carol

quinta-feira, 24 de janeiro de 2013

Escrever é um ato de fé - Segunda Parte


Pensei em escrever hoje. Decidi sentar aqui. Não tenho tido tempo de sentar em frente ao monitor, tenho trabalhado fora e o mais perto de produzir um texto que tenho conseguido são as valiosas anotações em meu bloquinho sobre os igualmente valiosos comentários da única pessoa que leu os trechos iniciais da nova versão da história de Carol, um amigo meu que também escreve e é uma cabeça pensante. Não cito o nome dele aqui pois ainda não pedi permissão. Nem sempre peço, é verdade, mas se ele concordar falo dele em breve. O caso é que tenho pensado na história de Carol, assim como na de Pedro Revell, dois protagonistas das narrativas mais longas que já escrevi até hoje (ambos ainda inéditos), e há pouco tempo decidi que, já que eles têm um fio condutor entre eles (no fundo são quase o mesmo personagem, só que em diferentes fases da vida), pensei em fazer uma trilogia. Imagina só, Cinquenta Tons com Distantes Trovões (desculpe, não podia perder a piadinha).

Enfim, reli agora o texto sobre escrever ser um ato de fé, e para a fé crescer, a gente tem que praticar. O trabalho que realizei até ontem não me garante o dia de hoje. Assim como o trabalho do dia de hoje, produzir neste exato momento, não me garante o dia de amanhã. Escrever é algo que os loucos fazem para se sentirem normais. É algo a partir do qual, para quem tem falta de auto-aceitação, as pessoas ganham aceitação, quem sabe até façam as pazes com a vida como ela é, depois que escrevem. Mas têm que escrever. Só há uma coisa a fazer, ouvi ontem no almoço, com outro amigo que também escreve e recém passou para o Mestrado em Escrita Criativa (também não vou citar seu nome – ainda –, não sei se pode). Só há uma coisa a fazer, disse ele: baixar a cabeça e trabalhar. Baixar a cabeça e escrever. Só existe uma maneira de fazer, disse ele tempos atrás: é fazendo. E neste exato momento estou cumprindo o Mandamento de Plínio, o Velho (ah, os tempos da Oficina do Assis!), sobre praticar sua arte sistematicamente todo dia, mesmo que só um pouco, contando a história de Apeles de Colofón, o retratista oficial de Alexandre, o Grande, dizendo nulla dies sine linea: nenhum dia sem uma linha. Nenhum dia sem uma frase.

Mas dos que não pedi permissão para citar, e vou citar mesmo assim, queria deixar um abraço para o Ewerton, que pouco antes de eu começar a escrever este texto, deixou um elogio ao Distantes Trovões no meu Skoob. Seja bem-vindo. Também será um prazer te ter como lido na minha estante em um futuro próximo.

Enquanto isso, caros Leitores Anônimos do Distantes Trovões Ponto Blogspot Ponto Com, aguardem novidades.

quinta-feira, 17 de janeiro de 2013

Antes dos 35


Neste blog de muitos acessos diários e poucos comentários:
Amanhã temos aniver.
Dia 15 de fevereiro sai o resultado do prêmio dos 1504 inscritos.
Novos livros em avaliação. Grandes editoras, grandes expectativas.
Muito trabalho, nem tanta literatura quanto gostaria.
Lendo A Arte da Ficção.
Destilando em Forno Alegre.
Still we try.