quarta-feira, 23 de novembro de 2011

Recado à Gramática

Desenterrei uns disquetes (disquetes, veja você) e achei alguns textos meus de mil novecentos e antigamente. O texto abaixo é dessa safra, escrito às duas da madrugada de 24 de junho de 1999, nos meus anos de Famecos, para a cadeira do Gilberto Scarton, o melhor professor que tive na faculdade, e a quem dedico este texto:

RECADO À GRAMÁTICA

A língua portuguesa – ou brasileira – é meio complicada. Ela possui um sem número de regras gramaticais, concordâncias, acentos e demais detalhes que nos fazem questionar o verdadeiro valor (se é que existe) de tais regras. O mais importante de uma língua é comunicar, certo? Se conseguimos isso, por que tanta briga em cima da gramática, gramática, gramática? Preste muita atenção: COMUNICAÇÃO, eça é a palavra. Os profeçores teóricos mais concervadores parecem não entender eçe pressuposto i insistem em maliar os alunos, coitados. São capazes de matar um só porque ele escreve, por descuido, a palavra caza de forma errada. Mais não são capazes de esplicar porque diabos a palavra caza si iscreve com “S”. O correto seria mesmo iscrever com “Z”, que já tem o som característico, oras! Outra coiza que ninguém esplica é porque se escreve de um geito e se lê de outro. Ou se fala como se escreve ou si iscrevi comu si fala.

O importante na comunicassão é que a mensagem seja paçada de forma clara i obijetiva. Também devem ser levados em consideração toda uma séri de “dialetos” que ezistem pelo Brasil afora. Todos nós falamos diferenti uns dos outros e nem porisso deichamos de falar a mesma língüa. É provável que muitos ditos intelectuais tenham se contentado a reproduzir quilos e quilos de regras obsoletas que decoram de livros igüalmente obsoletos ao invéz de tentarem acompanhar a evolussão da lingüagem – ou mesmo promover tau evolussão. Há ainda profeçores acéfalos que inssistem em afirmar que determinada palavra se não consta no dicionário é purque não eziste. Qüanta bobajem! O que são “neologismos”, então? Como podem haver palavras novas se TODAS as palavras já istão catalogadas num livrinho? Meio contraditória essa noça língüa, não? Só não sei o qui é pior: se as suas naturais contradissões ou os vários e vários indivíduos considerados intelijentes (não sei por quem) que paçam a vida a complicar ainda mais algo que in essência já é complicado.

Para finalizar, deixo a pergunta no ar: se você conseguiu entender tudo o que eu quis comunicar no texto acima, para que diabos, afinal, serve essa droga de gramática?

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