segunda-feira, 15 de outubro de 2012

Sobre a inveja e as potencialidades reprimidas


Eu não sou alguém invejoso.

Todavia tenho muitos outros defeitos.

Aconteceu-me uma coisa estranha nos últimos anos.

Um boato sobre mim, um boato tão grande que me paralisou como ser humano e também economicamente.

Isto me permitiu entender que o sentimento de inveja é onipresente e fonte da maior parte da discórdia nesta Terra, e pode ser, talvez, a Terceira Guerra Mundial.

E com base em meus sentimentos passei a me interrogar sobre o que é inveja.

Eu compreendi que pode ser simplesmente inveja, o potencial de uma pessoa mesmo que não seja necessariamente conquistas recentes: podemos invejar o seu bom humor, o seu olhar sobre o mundo e especialmente a sua maneira especial de ter este olhar, mesmo sem perceber.

Ali está também sua fraqueza, ela não sabe que é invejada, ela não percebe os golpes da espada.

Ela vê muito potencial e realizações em outras pessoas e não suspeita que dela parte uma inveja castradora e maledicente.

Como tenho que transformar chumbo em ouro, eu tento perceber o meu potencial latente e alcançar grandes coisas, às vezes, eu não tenho como suspeitar de mim, da minha inveja em relação às realizações das outras pessoas.

Podem ser coisas simples, apenas arrumar a sua casa com amor.

Com isso, dirijo-me a todas essas belas pessoas que gostam de mim e estão paralisadas economicamente e socialmente: fazer o quê?

Pois é: a grande maioria dos desempregados que mantenho contato são pessoas com enormes potencialidades reprimidas.

Desemprego existe é talvez exprimir-se é trabalhar no sentido que cada um tem a sua maneira de assim fazer uma atividade; e que trabalho como nós o conhecemos não é a única maneira de existir.

Tudo que você faz de maneira benévola, mesmo voluntariamente, mesmo para ti, podes colocá-lo em teu ‘curriculum vitae’.

Tu és uma micro-empresa.
 
(tradução livre do francês – comentário, feito em francês, de um ‘anônimo’ em um blog em língua espanhola escrito dia 3.10.2012, às 11:39 a.m. Obrigado, Augusto de Amorim, pela colaboração.)

 
Enquanto isso e as mudanças se demoram neste outubro de revoluções, penso em Joshua e Oleo, essa última gravada ali pelo meio do Relaxin' with the Miles Davis Quintet, com a certeza de que a vida deve seguir em frente.

5 comentários:

  1. Sábias palavras! Com certeza pessoas que são referências para outras pessoas sofrem com este mal. Você uma das melhores pessoas que eu conheço (não estou exagerando), pode ser um clarão onde outros não brilham! Acho que este texto é um desabafo! Acertei? Segue o baile meu brother! ùltima semana de estatística,,,rumo a novos coffees!!!

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  2. Legal. Obrigado pelas palavras. O texto não é meu, apenas recebi e achei que tinha um tópico importante sobre o qual pensarmos (mas acho que é meio que um desabafo do cara, sim.)

    Estuda e te concentra, então, que semana que vem temos café italiano com blues e/ou rock. Abração!

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  3. Gostei do post como um todo e aproveito para dizer que li o do stephen king. o problema é que u não gosto dele mesmo sem tê-lo lido. Pode ser prepotência da minha parte, mas e não tivermos um punhado de manias e ideias de grandeza, o que nos restará então? Também não gosto de sushi sem ter jamais provado. ah! mais eu tenho inveja, sobretudo inveja intelectual. É um tipo de mesquinharia provinciana. Meu caro, vou te convocar para uma missão via email. Dá uma olhada lá. abraços

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  4. Missão aceita, mas ainda não cumprida.

    Amanhã te escrevo com calma, ou de repente nos falamos na corrida 'round midday.

    Obrigado pelos comentários. Sushi é bom, o On Writing do King é muito bom, e sim, também tenho inveja. Aliás, aqui entre nós: quem não tem?

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  5. Espero que com essa chuvinha você esteja escrevendo...não perde esses momentos!!!! Põe uma água a esquentar e prepara aquele Melita extra forte e vamos nessa!!! Queremos mais atualizações neste blog!! No aguardo....Zakk!!

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