quinta-feira, 24 de janeiro de 2013

Escrever é um ato de fé - Segunda Parte


Pensei em escrever hoje. Decidi sentar aqui. Não tenho tido tempo de sentar em frente ao monitor, tenho trabalhado fora e o mais perto de produzir um texto que tenho conseguido são as valiosas anotações em meu bloquinho sobre os igualmente valiosos comentários da única pessoa que leu os trechos iniciais da nova versão da história de Carol, um amigo meu que também escreve e é uma cabeça pensante. Não cito o nome dele aqui pois ainda não pedi permissão. Nem sempre peço, é verdade, mas se ele concordar falo dele em breve. O caso é que tenho pensado na história de Carol, assim como na de Pedro Revell, dois protagonistas das narrativas mais longas que já escrevi até hoje (ambos ainda inéditos), e há pouco tempo decidi que, já que eles têm um fio condutor entre eles (no fundo são quase o mesmo personagem, só que em diferentes fases da vida), pensei em fazer uma trilogia. Imagina só, Cinquenta Tons com Distantes Trovões (desculpe, não podia perder a piadinha).

Enfim, reli agora o texto sobre escrever ser um ato de fé, e para a fé crescer, a gente tem que praticar. O trabalho que realizei até ontem não me garante o dia de hoje. Assim como o trabalho do dia de hoje, produzir neste exato momento, não me garante o dia de amanhã. Escrever é algo que os loucos fazem para se sentirem normais. É algo a partir do qual, para quem tem falta de auto-aceitação, as pessoas ganham aceitação, quem sabe até façam as pazes com a vida como ela é, depois que escrevem. Mas têm que escrever. Só há uma coisa a fazer, ouvi ontem no almoço, com outro amigo que também escreve e recém passou para o Mestrado em Escrita Criativa (também não vou citar seu nome – ainda –, não sei se pode). Só há uma coisa a fazer, disse ele: baixar a cabeça e trabalhar. Baixar a cabeça e escrever. Só existe uma maneira de fazer, disse ele tempos atrás: é fazendo. E neste exato momento estou cumprindo o Mandamento de Plínio, o Velho (ah, os tempos da Oficina do Assis!), sobre praticar sua arte sistematicamente todo dia, mesmo que só um pouco, contando a história de Apeles de Colofón, o retratista oficial de Alexandre, o Grande, dizendo nulla dies sine linea: nenhum dia sem uma linha. Nenhum dia sem uma frase.

Mas dos que não pedi permissão para citar, e vou citar mesmo assim, queria deixar um abraço para o Ewerton, que pouco antes de eu começar a escrever este texto, deixou um elogio ao Distantes Trovões no meu Skoob. Seja bem-vindo. Também será um prazer te ter como lido na minha estante em um futuro próximo.

Enquanto isso, caros Leitores Anônimos do Distantes Trovões Ponto Blogspot Ponto Com, aguardem novidades.

3 comentários:

  1. se fazer qq coisa e' um ato de fe,imagino que seja algo provisorio " um recurso do metodo " divino que nos pede para fazer acreditando para depois poder olhar o ja feito e apenas confiar em nos mesmos ,no nosso trabalho
    e' bom ler vc voce e bom que tenha fe' porque tem leitores
    como eu que dependem da sua fe' e do sua escrita
    continue em frente !!!

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    1. Grande René!

      Obrigado mais uma vez pelas palavras. São comentários assim que aumentam a minha fé e me fazem seguir em frente. Que bom. A Natureza continua completando a si mesmo e te ler, e incentivar a chama a se manter acesa, é um sinal de que estamos fazendo o tema de casa.

      Abraços e obrigado pelas letrinhas! :)

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  2. Acho que titulo deve ser como as "trombetas de Javeh " curto , intenso e promissor (prometendo um futuro ... )
    assim meu voto vai para "na frente do Espelho "

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