segunda-feira, 3 de junho de 2013

20 anos de RIP e um batismo


Hoje completaram 20 anos que escrevi meu primeiro conto (se quiser saber mais, leia sobre quando RIP completou 18 anos). Fui então batizar o São Francisco que a mama trouxe de Maceió, cumprindo o ritual de batizar na água, fazer 2 pedidos e 1 agradecimento, lá na Praça Shiga, que os japoneses deram de presente para o povo gaúcho. Batizei em uma cachoeirazinha que tem lá, foi bem espiritual, fiz meus pedidos e meu agradecimento. Achei que no aniversário de 20 anos de literatura era um bom dia para batizar um santo. Então, pouco depois, o santo caiu no chão e se quebrou em mil pedaços. Fiquei, óbvio, furioso, e gastei alguns longos minutos pensando se deveria jogar os cacos fora ou tentar colar, o que era quase impossível, já que ele se detonou quase por inteiro. Decidimos tentar colar, a Mademoiselle e eu. E, milagre, ele está praticamente inteiro sobre a escrivaninha de onde redijo este texto, e posso colocar os grãozinhos de arroz sobre o vaso que ele segura, para trazer fartura e alimentar os pássaros que estão em seus braços. Vim para cá pensando que este santo é um milagre.

Então começamos a semana em que vou cobrir as férias da minha colega na Cruz Vermelha, e lá ficarei ao longo do mês, o que vai diminuir consideravelmente meu tempo e já ia dizer que não vai sobrar muito tempo para escrever, quando deparei com o puxão de orelha do E. B. White aí de cima: "Um escritor que espera pelas condições ideais para poder trabalhar vai morrer sem colocar uma única palavra no papel", em minha livre tradução. Então revejo o vídeo feríssima de José Jorge Letria falando sobre o que é isso de ser escritor, e releio as palavras de Vargas Llosa, em seu belo Cartas a um Jovem Escritor: "Não existem romancistas precoces. Todos os romancistas grandes, os admiráveis, foram, no começo, escritores aprendizes cujo talento passou por uma gestação alimentada pela constância e pela convicção."

Constância e convicção.

20 anos depois, continuo escrevendo.

Agora, vamos ao trabalho.

PS - Descobri faz pouco que "escrever é um ato de fé" é uma frase de E. B. White (no original: "Writing is an act of faith, not a trick of grammar").

2 comentários:

  1. Parabéns pelos 20 anos de perseverança!

    Ops, mas acho que não li este conto.

    beijos

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    1. Parabéns para nós, já que tu tem parte nisso. Lembremos que Stephen King disse que o apoio de sua mulher Tabitha foi fundamental para ele seguir em frente na sua carreira de escritor.

      Hmm, a autobiografia do RIP está escrita à caneta, em um caderno que tenho desde idos de 93 (escrevi uns esboços do Um Pouco Eterno lá também). Outro dia te mostro, Querida Leitora..:)

      Beijos

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