domingo, 20 de março de 2011

Outono Rises Again

Às 20 e 21 de hoje, começamos o glorioso Outono. O sol entra em Áries e dizem que as coisas começam a acontecer. Há exatos cinco anos soube que ia me mudar de casa e há exatos quatro anos comecei a escrever uma novela em três capítulos, que era para ter sido escrita em três meses, mas levou três anos (falando nisso, Marcelo, depois vou te pedir um help). Hoje olhei para o céu e lembrei de Resolution, e das cartas de Vargas Llosa, quando ele disse que quem assume a vocação literária como destino deve se dedicar à literatura como a uma religião, e jurei que não passaria um dia sequer sem escrever pelo menos uma frase, a partir daquele dia. Lembrei de du Deffand, que disse que a distância não é nada, o importante é o primeiro passo. Mas a verdade é que aquele veneninho do vamos-deixar-para-amanhã foi mais forte. Ontem a Lua estava grande como só vai estar daqui a 18 anos, e fizemos pedidos a ela – espero que se realizem antes de 2029. Mas para isso temos que aplicar o que disse Matt Murdock: os vencedores fazem todos os dias o que os perdedores fazem eventualmente.

Foi pensando nisso que coloquei meu livro If I don’t write, nobody else will embaixo do meu santuário, ao lado do computer. Durante os London Times, em maio de 2006, quis trazer alguma lembrança de lá que me ajudasse a escrever, de alguma forma. Foi peneirando nos brechós de Camdem Town, onde comprei um casaco estiloso que mais tarde ficou conhecido por aqui como o casaquinho do Pequeno Príncipe, que achei um livro chamado If I don’t write it, nobody else will, a autobiografia de Eric Sykes. Não comprei pela história e sim pelo título, que pintado em preto sobre a lombada branca parece uma placa. E um lembrete: se eu não escrever, mais ninguém vai.

Cada vez que olho para esse livro, todas as minhas desculpas para não produzir hoje vão para o espaço.

Hoje é o dia.

Feliz Outono para nós.

2 comentários:

  1. "o casaquinho do Pequeno Príncipe"
    Não tive o prazer de conhecê-lo. Talvez tu possas colocá-lo qualquer dia desses quando formos tomar "o" café!
    Abraço

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  2. Claro, marcado.
    Decidi reativá-lo este ano.
    Com esse friozinho de volta, fica propício.
    Coffee com letras e a Coat from Camdem.

    Vamos trocando figurinhas, enquanto isso.

    Abração

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