segunda-feira, 4 de abril de 2011

Da bio de Anthony Kiedis

A recaída não tem graça nenhuma. A dependência de drogas é uma doença progressiva, então cada vez que você volta a coisa fica mais feia do que antes. Assim que a primeira dose ou gole entra no seu corpo, você deixa de se preocupar com a namorada, a profissão, a família ou as contas. Todos esses aspectos mundanos da vida desaparecem. Sua única preocupação é continuar pondo carvão na caldeira, porque não quer que o trem pare. Se parar, você vai ter de sentir toda essa merda.

Essa busca é sempre excitante. Há tiras e bandidos, malucos e prostitutas. Você mergulha num grande videogame, mas está sendo enganado ao pensar que está fazendo uma coisa bacana, porque o preço é sempre maior que a recompensa. Você desiste do seu amor, da sua luz e da sua beleza para virar um buraco negro no universo que só suga energia ruim, em vez de ajudar alguém ou ensinar algo que ajude alguém. Você não cria a vibração do amor; cria um vácuo de merda. No fim, toda a glorificação romântica do vício não significa nada além da merda.

Anthony Kiedis, em sua autobiografia Scar Tissue, Ed. Ediouro, pg. 164-5.

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