segunda-feira, 4 de julho de 2011

Nassar & Sinopses

Um ano depois da morte de meu pai, em 61, me desliguei de fato dos negócios da família, tinha um projeto literário, que eu não trocava por nada. Me espanto ainda agora com o vigor daquele meu projeto, que me levou a abandonar a faculdade de Direito no último ano, me levou a me desinteressar da carreira universitária e me levou a me desinteressar de um negócio incipiente mas próspero, pra não falar de outras coisas que abandonei, essas sim doidas.

Raduan Nassar, entrevista a Edla Van Steen. In: Viver & Escrever – vol. 2. Ed. Lpm.

No dia mais frio do ano, lembro que Caio F. dizia que esta é uma cidade de verões amazônicos e invernos russos, e comecei hoje uma semana de seminários & estudos all day long aqui em São Petersburgo Alegre. Antes disso, semana passada, descobri o mundo mágico das sinopses, e comecei o longo mas prazeroso processo de reescrever um livro. No capítulo sobre Trabalhar e Retrabalhar, na minha oficina preferida, Stephen Koch aconselhava a fazer uma sinopse depois de terminar a primeira versão de um livro, e sugeria fazer uma sinopse por dia, até ter a história compacta, presa em uma cápsula. É um exercício muito legal sobre casar acontecimentos e reviravoltas dentro da narrativa, pensar melhor a relevância de certos personagens e certos diálogos. O grande desafio é recontar uma história que levou três anos e meio para ser escrita, mas como seria contada hoje. Escrevi duas sinopses em dois dias, e pretendo escrever mais nos próximos. Conforme o tempo permitir, claro. E jogar com o tempo para continuar lendo meu primeiro Faulkner, que já percebi ser uma aula sobre diferentes narradores.

E amanhã vamos a 0º. É mole?

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