segunda-feira, 23 de janeiro de 2012

Mais Palavra por Palavra

"Tente não ter pena de si mesmo quando a vida parecer difícil e solitária. Você parece querer escrever; então escreva. Você tem sorte de ser uma daquelas pessoas que desejam construir castelos de areia com palavras, que estão dispostas a criar um lugar onde a imaginação pode perambular. Construímos esse lugar com a areia das lembranças; esses castelos são nossas lembranças e nossa inventividade transformadas em algo tangível. Portanto, uma parte de nós acredita que, quando a maré começar a subir não teremos perdido nada, porque, na verdade, era só um símbolo que estava na areia. Outra parte de nós acha que vamos encontrar uma maneira de desviar o oceano. Isso é o que separa os artistas das pessoas comuns: a crença, arraigada em nosso coração, de que construímos bastante bem nossos castelos e que, de alguma forma, o oceano não vai destruí-los. Acho maravilhoso ser assim."

Anne Lammot, in: Palavra por Palavra, Ed. Sextante, pg. 210-211.

Primeiro post com computer novo - depois de dez anos, troquei de computador -, enquanto suamos aflitos na cidade-sorriso de Forno Alegre, no sempre horrendo verão. Semaninha começando. Andiamo.

2 comentários:

  1. Meu caro,
    Fazer uso da internet em Albatross é coisa rara e demorada, além disso tenho me dedicado avidamente ao surf. Apesar do meu post honestissímo, andei evoluindo após um mês inteiro de praia. Enfim, sexta-feira estarei em porto em defenitivo, o trabalho me chama. Em tempo: li o "pó de parede", alias, comprei-o num arroubo de literatura brasileira pois havia pego também um Machado de Assis, e vou te dizer; gostei pra caralho! É um livro de apenas três contos longos, muito bem construídos e escritos. Ela é boa. Gostei tanto que tive vontade de escrever um email para ela. Estou lendo um livro de contos do Machadão e o Casa-Grande & Senzala do Gilberto Freyre, clássico estudo da Antropologia brasileira. Exige fé do leitor, mas turbina as ideias do vivente.
    Ah! e já li três dos quatro livros que comprei na Feira do Livro. saudades de tu, em breve nos encontraremos. Abras, meu querido

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  2. Quem é vivo sempre aparece, veja você. Eu li desse livro apenas o primeiro conto, A Caixa, e na época mandei um mail elogiando, dizendo que tinha umas metáforas que me fizeram roer de inveja. Lembro dos fios invisíveis entre os olhares do pai e da mãe da personagem (Alice?), e da solidão de uma piada não compartilhada. Me identifiquei com o lance da camisa xadrez, grunge, e depois tem um corte de vários anos para a guria arquiteta em Paris. (Quem sabe escreva sobre um garoto que toma seus primeiros porres nas festinhas e anos depois se torne Counselor - why not? Taí, gostei da ideia.)

    Acho que vou começar o Benedetti antes de dormir, e tenho que retomar a história de Carol. Achei o último diálogo com Naomi meio pobrinho - meu deus, como é difícil escrever -, então tenho que retomar os trabalhos urgente. Quando estiver de volta, vamos armar um coffee. Saudades, parceria. Abração.

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