segunda-feira, 21 de outubro de 2013

Livro Novo: Serendipidade


Serendipidade é quando você descobre uma coisa quando está procurando outra, meio sem querer. Pensei que esse é um conceito sensacional para começar a escrever uma história. Planeje antes, recomendam. Planejar o quê, se nem sei o que vou contar, e só posso saber o que vou contar depois de já ter contado? E assim nos aproximamos, assim como quem não quer nada, do Nanowrimo, o mês nacional de escrever romance, que no caso será novembro, quando estará fazendo um lindo outono no hemisfério norte. Hoje a cidade-sorriso está tendo um dia grey, outono em plena primavera para nos dizer: pare de procrastinar, escreva agora. Mas escrever o quê? Não importa o que: escreva. 50.000 palavras em um mês. Duvido que você consiga (sim, o Sabotador desafia!), mas como está escrito no site da Nanowrimo in english: vencendo ou perdendo, você é demais por pelo menos tentar. E é por aí.

E a história, Daniel?

Sentado no sofá hoje, vi a sombra de meus personagens, como acordar de um sonho, e eles se evaporaram na nuvem do inconsciente. Tinha uma mulher, um homem, talvez uma família, uma irmã, não sei seu parentesco – ainda. Uma criança? Talvez. Mas pelo menos consegui pensar (dessa vez anotei) que lá pelas tantas o narrador vai dizer de onde está narrando, e a história vai fazer sentido. Como ele foi parar lá? Por que está lá? E onde é “lá”, onde é “aqui”, de onde escrevo para você que me lê? E quem é você que me lê, e por que continua me lendo? Veja, a história está nascendo. Só tenho que continuar escrevendo e – tenho certeza – vou descobri-la. Vamos, você e eu. Apenas comecei a escrever, e você começou a me ler. Meio sem querer, é verdade, meio “não vou perder mais do que alguns segundos com isso”, mas você ainda está aqui, e já se passaram minutos. Horas, se você quiser me reler. Dias, se você quiser me reler.

Dói escrever. As costas, digo, não emocionalmente. Não neste momento. Mas preciso escrever pelo menos cinco vezes mais do que escrevi, se quiser chegar ao fim. E quando eu chegar, você ainda vai estar aí? Não vai se cansar e ir embora, desistir e parar de ler?

Saberemos quando eu terminar.

5 comentários:

  1. Olá, Daniel. Vi seu 'alô' lá no Clube da Lupa, um espaço mais reservado que mantenho na rede. Meu blog mesmo é o Bluemaedel. Antes eu tinha a minha lista de blogs no Bluemaedel, mas como as pessoas começaram a reclamar de que estava muito pesado, tirei de lá e pus no Clube, já que a lista é só mais para uso pessoal, pois facilita o acompanhamento sem a necessidade de 'logar' no blogger a todo momento. Tem uma entrevista rolando lá no ebookbr que talvez interesse. Tem um link lá no Bluemaedel. Pois é, estou ainda pensando se faço o desafio da leitura ou da escrita. Tempo livre rareou. A propósito: essa tradução da palavra inglesa ficou 'estranha'. Questão de costume, eu sei. Até a próxima e leia a entrevista, se puder. Abraço!

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    1. Oi, Helena.

      Vou dar um pulo lá no Bluemaedel e ver a entrevista. Mas tenta o Nano. Mesmo que a gente não chegue nas 50.000 palavras (o que é bem provável que aconteça, rá rá), pelo menos teremos histórias para contar, e quem sabe essas não renderão um novo livro? :)

      By the way: deve ser muito doido tu estar aí na Alemanha e escrever em português, porque imagino que a gente vá esquecendo o idioma aos poucos...:) Abraços

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  2. Olá! sou eu... eu mesma!!! Tua colega de curso, a Jaqueline!

    Como havia lhe prometido, vim puxar a brasa para o meu assado e defender com muita honra o tão injustiçado PAGODE!
    Para quem não sabe o pagode não é um gênero musical,foi associado ao samba, esse nome surgiu no tempo dos escravos, era uma reunião feita por meus antepassados, que se juntavam para comemorar, festejar, como o candomblé, que era uma reunião típica religiosa do povo africano. Nesta reunião festejavam a amizade, comiam e bebiam, dentro das senzalas, era uma reunião dos escravos... Mais tarde, com a libertação do povo Negro, isso se fortaleceu,pois serviu para fortalecer a identidade do povo que tinha sido largado á própria sorte. Enfim...essa história podemos falar depois... Voltando ao pagode...
    O nome Pagode surgiu mais forte quando foi associado ao samba e a festas de favelas, quadras de escolas de samba... e por ai se vai...
    Hoje muitos consideram ruim, mas o "pagode" nada mais é que uma história de amor cantada ao som de uma melodia,seja esse amor de uma relação homem - mulher, ou até mesmo uma amizade... Sempre vai fazer menção a um sentimento... Se é ruim... ou bom.... depende do ponto de vista... depende em qual cultura você esteja inserido...como foste apresentado ao ritmo... sempre vai depender... aprendemos isso lembra???
    Gostar ou não.... é gosto! não diga que é ruim...
    Sabe aquela música do Guns N' Rose, November Rain... a letra é uma história de amor... Hard Rock... adoro esta música... Sei o que fala a música, e ela toca o coração... Isso que me importa... A música deve tocar o coração, contar uma experiência, falar de um sentimento.... Pagode é sentimento, podemos dizer que um samba sentido e cantado ao coração....
    Te convenci??? Bjão!

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    1. Oi, colega. Obrigado pelo comentário.

      Bom, música é sempre sentimento, só que elas batem em nós (ou não) por motivos que a gente nem sabe explicar, e gosta ou não gosta. Cheguei a conclusão que "ler" pagode é muito legal, historicamente falando, assim como "ler" jazz, rock e blues (que são estilos que aprecio, musicalmente) e que, em maior ou menor grau, foi a forma como os negros americanos encontraram para canalizar seus sentimentos, sejam de dor ou de esperança.

      Mas vem cá: tu leu o texto acima? Olha, que desse jeito vou começar a desconfiar pagodeiros não têm o costume de ler...hehehe. Kisses 4 U!

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    2. Hmm, acho que tem um errinho de concordância na minha resposta, e faltou um "que" na última frase, mas nevermind.

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