quarta-feira, 27 de outubro de 2010

Dias Gomes & Viver de Escrever

É, naquela época eu escrevia um romance, duas peças, três contos, poesias, tudo ao mesmo tempo. Minha cabeça era uma tremenda confusão. Eu lia sem parar, escrevia sem parar, e era obcecado por uma ideia: fazer alguma coisa importante. E achava que precisava fazer logo, porque ia morrer cedo. A ideia da morte me perseguia, eu achava que não chegaria aos 25. Daí a minha ansiedade. Cursei um ano de engenharia, mas já no meio do ano frequentava aulas de direito. Fui até o terceiro ano quando percebi que estava apenas indo em busca de um anel de doutor, já que jamais seria advogado. Eu queria mesmo era ser escritor. E seria, custasse o que custasse. Disso tinha certeza absoluta.

Dias Gomes, entrevista a Edla Van Steen. In: Viver & Escrever - vol. 1. Ed. Lpm.

Enquanto aguardamos novidades (ó esperanças, sempre incertas) para postar aqui, leio sobre viver de escrever
e sobre a urgência de publicar e o papel do editor. Na sequência temos Feira, e meu segundo turno como mesário.

E seguimos resistindo.

sábado, 16 de outubro de 2010

Depois do Llosa

Pois que fui ver o cara ontem. Não vou me ater aos comentários políticos e sobre a importância do acesso às culturas de sua conferência, mas gostei particularmente da entrevista posterior. Quando perguntaram sobre o Nobel e todos os outros prêmios, ele disse que o que gosta mesmo de fazer (e o que realmente importa) é escrever. Que cada escritor é um rebelde, resiste em aceitar a vida como ela é, por isso dedica seu tempo a criar mundos ficcionais. Que todo escritor tem o desejo mais profundo de ser um grande escritor. Que quando começa a escrever, ele se sente inseguro, amedrontado, que queria ser capaz de escrever livros como os de Tolstoi e Victor Hugo, mas descobriu que Flaubert (um de seus preferidos) não era muito talentoso, mas graças a sua incrível perseverança, convicção e disciplina, foi capaz de produzir uma obra-prima como Madame Bovary - que aliás estou lendo. Llosa leva de dois a três anos para escrever um livro (não estou tão mal assim, então), e reescreve muito. Corta, mexe no texto. E acredita que a literatura torna as pessoas melhores.

Pena que achei que tinha perdido o celular nas cadeiras, e acabei não conseguindo pegar senha para um dos únicos 100 autógrafos que ele ia dar, e meu Travessuras da Menina Má voltou para casa como foi. Mas não se pode ter tudo, não é mesmo?

sexta-feira, 8 de outubro de 2010

Vargas Llosa e o Nobel

Queria achar a primeira carta na íntegra do Cartas a um jovem escritor, um livro que mudou minha vida, em homenagem ao mais novo Nobel latino-americano, mas achei apenas duas outras resenhas do livro, para dar um gostinho, essa aqui
e essa aqui.

Em tempo: já falei que vou ver o cara no Fronteiras do Pensamento semana que vem?

quarta-feira, 6 de outubro de 2010

Significantes & Significados

Falando em oficina, semana passada fizemos um exercício baseado nos significantes & significados de Saussure, e matei as saudades daquele distante primeiro semestre famequiano em que estudei semiótica e peguei G2. A ideia era criar palavras novas. Acabei fazendo um dicionariozinho, contando uma história:

Cabanasilo – s. f. Lugar de retiro para pessoas se desintoxicando de relacionamentos amorosos problemáticos.

Ventriculorizados – adj. Enfermos imediatamente após o fim da relação. Os sintomas podem durar minutos ou anos. São encaminhados para a Cabanasilo.

Triquetriquexupetante – adj. Período imediatamente após o início do novo relacionamento. Se não for diariamente incentivado, pode gerar recaídas ventriculorizadas, e o retorno à Cabanasilo.