Pois que fui ver o cara ontem. Não vou me ater aos comentários políticos e sobre a importância do acesso às culturas de sua conferência, mas gostei particularmente da entrevista posterior. Quando perguntaram sobre o Nobel e todos os outros prêmios, ele disse que o que gosta mesmo de fazer (e o que realmente importa) é escrever. Que cada escritor é um rebelde, resiste em aceitar a vida como ela é, por isso dedica seu tempo a criar mundos ficcionais. Que todo escritor tem o desejo mais profundo de ser um grande escritor. Que quando começa a escrever, ele se sente inseguro, amedrontado, que queria ser capaz de escrever livros como os de Tolstoi e Victor Hugo, mas descobriu que Flaubert (um de seus preferidos) não era muito talentoso, mas graças a sua incrível perseverança, convicção e disciplina, foi capaz de produzir uma obra-prima como Madame Bovary - que aliás estou lendo. Llosa leva de dois a três anos para escrever um livro (não estou tão mal assim, então), e reescreve muito. Corta, mexe no texto. E acredita que a literatura torna as pessoas melhores.
Pena que achei que tinha perdido o celular nas cadeiras, e acabei não conseguindo pegar senha para um dos únicos 100 autógrafos que ele ia dar, e meu Travessuras da Menina Má voltou para casa como foi. Mas não se pode ter tudo, não é mesmo?
sábado, 16 de outubro de 2010
Depois do Llosa
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O Pedro Gonzaga, logo no primeiro, ou segundo, dia da oficina, disse assim: escrever é uma ato de resistência. E aquilo valeu todo o investimento, aliás, não o pagou. Imagina ouvir isso da boca do Sr. Vargas Llosa. Ah! quero emprestado o Travessuras de Menina Má. Não aceito desculpas. Vou te emprestar o História do Pranto, do Alan Pauls, baita livro, tu vai gostar.
ResponderExcluirAquele abraço
Com essa história de "aceitar a vida como ela é", sempre me questionei em relação à rebeldia de escrever, mas acho que o Llosa está certo. E o Pedro também. Escrever é resistir. Quando o Llosa entrou no palco, aplaudido de pé, um carinha gritou lá de trás: "La libertad!"
ResponderExcluirTe empresto a Menina Má sim, já separei pra ti.
Seguimos resistindo.
Abração!
Só vim deixar meu humilde comentário e um grande beijo.Ah ,não esquece do meu livro,estou com saudades do Carol.
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