It is impossible to discourage the real writers – they don’t give a damn what you say, they’re going to write.
Sinclair Lewis
Desde que li no blog do Vizinczey, sobre quem vou fazer uma resenha em breve, que você escreve em seu blog/facebook/etc., ou escreve seus livros, escolhi a segunda opção. Logo, perdi um pouco da urgência de postar coisa nova. Mesmo que este blog tenha ganhado alguns leitores na Espanha, depois que a Rosa Montero deu a dica no twitter, em passada por Lisboa, e – talvez eles suspeitem de alguma conspiração, vai saber – leitores na Russia. Alguns do Brasil, claro, mas jamais – jamais – deixam suas pegadas por aqui. Então para que se importar?
Mas decidi movimentar um pouquinho este sítio, nem que seja para dar algumas dicas musicais de Maio (até porque amanhã vamos ver o Perna tocar. Falando em guitarra, você tem que ouvir o Govan. Ou voltando ao jazz, recomendo esta pérola da composição de Wayne Shorter. E o nascimento do cool de Miles Davis. Aliás, foi vendo este trecho de sua biografia, que descobri Walkin, outra pérola, que tem a música Blue 'n' Boogie, que me fez perder horas preciosas que poderiam - e deveriam - ter sido dedicadas a literatura, sinal que não temos mais tempo a perder, e preciso ouvir menos música e escrever mais. Quer dizer, de alguma coisa vamos ter que abrir mão. Sempre. Do contrário, tenho certeza: teremos menos livros escritos no mundo.
Sigo trabalhando na segunda versão da história de Carol. De repente, qualquer hora, poste um trecho por aqui. Enquanto isso... aguarde novidades.
sexta-feira, 18 de maio de 2012
terça-feira, 1 de maio de 2012
Somos eternos enquanto estamos narrando
A gente pode ser Peter Pan o resto da vida, desde que produza com isso, desde que escreva, porque temos que justificar a nossa existência para a sociedade e o porquê de carregarmos essa agridoce esquizofrenia de estar sempre inventando coisas, lugares, pessoas, acontecimentos, mudando o real, seja lá o que for o real.
Para ser, temos que nos narrar, e nessa conversa sobre nós mesmos há muitíssima conversa fiada, nós nos mentimos, nos inventamos, nos enganamos. Nós inventamos nossas lembranças, que é o mesmo que dizer que inventamos a nós mesmos. Nossa identidade reside na nossa memória, no relato de nossas autobiografias. Os seres humanos são, acima de tudo, romancistas, autores de uma escrita que dura a vida toda e assumem o papel de protagonistas. Não se pode falar da invenção narrativa, sem se dar conta que a primeira mentira é o real.
E cita Stephen Vizinczey, que diz : “o autor jovem sempre fala de si mesmo, até quando fala dos outros; ao passo que o autor maduro sempre fala dos outros, até quando fala de si mesmo.”
Terminei agora A Louca da Casa, da escritora madrileña Rosa Montero, mistura de romance, ensaio e autobiografia. Fazia tempo que eu não ficava triste quando terminava um livro, com aquele gosto ruim de ter que dizer adeus. Mas pelo menos ficamos um pouco mais juntinhos, ao escrever estas palavras, e, como ela disse, somos eternos enquanto estamos narrando.
Quer um presente melhor para o Dia do Trabalho, ainda mais com o dia lindo de Outono que faz lá fora?
PS - Não esqueça de ver esta linda coleção de fotos para quem ama os livros, e uma homenagem aos livreiros.
Para ser, temos que nos narrar, e nessa conversa sobre nós mesmos há muitíssima conversa fiada, nós nos mentimos, nos inventamos, nos enganamos. Nós inventamos nossas lembranças, que é o mesmo que dizer que inventamos a nós mesmos. Nossa identidade reside na nossa memória, no relato de nossas autobiografias. Os seres humanos são, acima de tudo, romancistas, autores de uma escrita que dura a vida toda e assumem o papel de protagonistas. Não se pode falar da invenção narrativa, sem se dar conta que a primeira mentira é o real.
E cita Stephen Vizinczey, que diz : “o autor jovem sempre fala de si mesmo, até quando fala dos outros; ao passo que o autor maduro sempre fala dos outros, até quando fala de si mesmo.”
Terminei agora A Louca da Casa, da escritora madrileña Rosa Montero, mistura de romance, ensaio e autobiografia. Fazia tempo que eu não ficava triste quando terminava um livro, com aquele gosto ruim de ter que dizer adeus. Mas pelo menos ficamos um pouco mais juntinhos, ao escrever estas palavras, e, como ela disse, somos eternos enquanto estamos narrando.
Quer um presente melhor para o Dia do Trabalho, ainda mais com o dia lindo de Outono que faz lá fora?
PS - Não esqueça de ver esta linda coleção de fotos para quem ama os livros, e uma homenagem aos livreiros.
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