18 de agosto de 2014
Uma coisa que pensei hoje de tarde e registro agora. Maria
Que Registra.
Maria Que Insiste.
Maria, a mãe.
Maria, a esposa.
Espancada. Traída. Magoada. Maria Magoada. Maria que quis
morrer. Por favor, Deus, se houver um deus: permita que este não tenha sido o
fim desta história. Ela não acabou, não pode ter acabado. Ainda estou escrevendo,
ainda estou viva. Maria Viva. Viva Mais Um Dia. Não quero que ela acabe assim,
mas há muito esta maldita história fugiu do meu controle – se é que algum dia eu
tive.
De novo, estou tonta. Meu estômago continua doendo. Tenho
medo.
Escrever para curar, disse Sarah.
Um dia mais perto do abismo.
Mais perto de Maria.
A esposa.
Que era bonita, simples como uma camponesa e seu sotaque do
interior, flexionando o erre final. Maria que se apaixonou por Claudius, que se
apaixonou por Maria, que se apaixonou por Claudius, feito quadrilha. Talvez,
pensei agora, os dois tenham se apaixonado quando ele ainda era um estudante de
medicina, talvez nem isso fosse ainda.
Ele seria um bom marido.
E por um tempo foi.
Pensei ontem que ele pode já ter sido um bom pai.
E hoje, um bom pai e um bom marido.
Um bom marido.
Ó meu deus, o que a vida foi fazer com vocês?
17:35
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